APRESENTAÇÃO
Em pleno século 21, humanos que somos, estamos imersos em uma rede de relações que comporta um aspecto macro (a globalização) e um micro (o ‘local’) emergindo daí uma questão cultural de fundo a que estudiosos chamam de ‘identidade cultural’.
Essas identidades são conquistadas através de disputas entre os sujeitos envolvidos e que lutam na tentativa de darem ‘sentido’ a suas próprias vidas tanto individual quanto coletivamente.
A interface entre global e local precisa ser, assim, mediatizada de alguma forma sob pena de, em assim não sendo, cairmos no obscurantismo, no achismo e em outras formas superficiais de análise da realidade. É nesse contexto identitário que a leitura pode ser vista como potencialmente enriquecedora na construção de um novo humanismo
1 O MUNICÍPIO DE PEDRO II: antecedentes sócio-econômico-histórico-culturais
Criado na década de 1850, o município piauiense de Pedro II, 195 Km da capital, Teresina, cujo nome é uma homenagem ao Imperador do Brasil, já se chamou Matões, Pequizeiro e Itamaraty, denominações por si mesmas reveladoras do que denominamos em outro lugar de pedrossegundidade[1].
O núcleo social do município que se constituiu, na verdade, um pouco antes de 1850, seguiu em suas feições gerais o modelo da grande maioria dos demais municípios piauienses, isto é, baseou-se em fazendas de gado (BRANDÃO, 1995).
Cronistas que se debruçaram sobre a problemática das origens pedrossegundenses, como Pereira (1988), dão conta de que haveria uma única via de formação do povo dessa região: a de origem lusitana. Versão que rebatemos veementemente também em outro lugar[2] ao apontarmos que há, pelo menos, duas comunidades locais cuja presença indígena e negra[3] foram fundamentais para a formação do povo pedrossegundense em todos os recantos de sua identidade cultural. Identificamos, pois, na formação do município, ao contrário do que quer fazer crer uma historiografia pretensamente oficial, elementos da cultura indígena e da cultura negra além, evidentemente, da presença de matriz eurocêntrica.
A razão maior desse enfoque étnico deve-se ao fato de que continuar negando-o, além de erro histórico, trata-se de apequenar, por ignorância (no sentido latino desse termo), nossa inegável diversidade cultural.
A favor de nossa argumentação acerca da importante contribuição indígena/negra para a formação da gente pedrossegundense, elencamos, por exemplo, a extração da gema de opala[4] (dada a notoriedade que a mesma possui) como impossível de ter ocorrido como tal, não fosse a presença maciça do caboclo, do cafuso (pequeno garimpeiro) que passa cerca de até dez horas diárias no interior de buracos enormes (os garimpos de opala), muitas vezes pagando com a própria vida. Já são seis décadas construindo boa parte da riqueza pedrossegundense, a despeito de sua (dele pequeno garimpeiro) exígua participação na lucratividade e acentuada vitimização de um processo histórico que tem deixado à margem esse personagem fundamental, eclipsando-o segundo uma situação à qual denominamos de ‘invisibilidade social’[5] (LIMA, 2008).
Algumas alcunhas do município são: Terra da Rede[6], Terra da Opala e Suíça Piauiense. Embora na atualidade a mais conhecida delas, sem dúvida, seja “Terra da Opala” (em nome da qual foi erguido um portal de acesso à área urbana do município), a alcunha que se refere ao clima (na verdade à temperatura amena), ou seja, “Suíça Piauiense”, é uma das mais antigas e carismáticas, tendo sido mesmo a razão pela qual um contingente crescente de turistas vem visitando o município há décadas.
As baixas temperaturas, sobretudo em uma determinada época do ano (de março a agosto), remetem-nos ao fenômeno da cruviana[7], que é o nome dado à onda de frio que geralmente acomete regiões serranas nas primeiras horas da madrugada. Criaram-se, inclusive, lendas[8] nacionalmente conhecidas (a cruviana ocorrem em diversas regiões do país) a respeito desse fenômeno, que é sabidamente recorrente no município de Pedro II. O Festival de Inverno de Pedro II, inclusive, foi criado levando-se em conta, dentre outros, o aspecto da ‘frialdade’.
1.1 Festival de Inverno de Pedro II: espaço privilegiado para o marketing inteligente
No entanto, outro fenômeno, esse de natureza socioeconômico-cultural, vem ocorrendo há sete anos na Terra da Opala: o Festival de Inverno de Pedro II. Tido como o evento turístico piauiense mais divulgado nacionalmente, quando, então, durante quatros dias de junho, a população da cidade de Pedro II quadruplica e a media televisiva do estado, dentre outras, instala seus aparatos tecnológicos para inserções ao vivo e/ou pré-gravadas que inundam todos os telejornais da capital, fazendo com que o município se torne uma vitrine cultural e de negócios, o Festival prossegue cada vez mais sólido.
Não é nosso propósito tecer detalhes sobre o Festival, pois estamos preparando um estudo que possivelmente será publicado quando do lançamento da décima edição do mesmo. Caberia aqui, entretanto, ressaltar, dentre as inúmeras possibilidades, o excelente espaço promocional aberto pelo Festival, momento ímpar para a exposição de marcas e de ideias.
O fato de o Festival ocorrer em um município interiorano (rural), apenas evidencia a necessidade de reconceituarmos esse termo, estabelecendo um novo paradigma para o mesmo. Nesse sentido, em um breve, porém elucidativo texto intitulado “Sobre o rural e o desenvolvimento rural na contemporaneidade” Dione Morais, professora e pesquisadora da UFPI, ressalta a necessidade de corrigirmos “o vício de raciocínio do fatalismo demográfico, econômico, político e cultural presente na relação da sociedade brasileira e, especialmente, da piauiense com o seu meio rural” (MORAES at all, 2008). Mais adiante a autora, recorrendo a Veiga (2001) aponta para o fato de que 26% (vinte e seis por cento), ou seja, 76 (setenta e seis) do total de municípios piauienses podem ser considerados como “atraentes”, isto é, apresentam crescimento acima da média piauiense. O município de Pedro II, enquanto município rural,pertenceria a essa categoria e isso por si só é um fator agregador de valor e de novos investimentos. Somos da opinião de que o Festival atua como fator otimizador de
uma política de desenvolvimento rural [que] engloba ações do Estado em atividades econômicas, sociais, culturais e ambientais, intrinsecamente relacionadas e, por isso mesmo, implica em uma intervenção ampla e complexa. De fato, trata-se de gestão de instrumentos de políticas agrícolas e não-agrícolas uma vez que, como já dito acima e como a pesquisa já vem demonstrando, no caso do Piauí, o espaço rural não se confunde com a atividade agrícola, indo muito além desta, incorporando um conjunto de atividades não agrícolas de serviços e outros negócios, numa dinâmica que, em muitas situações, passam a comandar o processo de desenvolvimento local e estão, quase sempre, relacionadas com as atividades agrícolas, configurando verdadeiras cadeias produtivas. (MORAES ET AL, 2008, p.4). (Grifo nosso).
Ao enfocarmos o estudo de Moraes (2008) queremos chamar a atenção para o fato de que a longevidade do Festival deve ter por base uma política de desenvolvimento rural que contemple atividades econômicas, sociais, culturais[9] e ambientais. Evidentemente reconhecemos que ainda há problemas crônicos que assolam o município de Pedro II, como ademais à maioria dos municípios do país e que devem ser enfrentados no bojo de políticas públicas.
A despeito de sua importância, contudo, há uma face do Festival de Inverno que não pode ser mensurada algebricamente: seu aspecto simbólico, tão ou mais significativo, ao fim das contas, do que as meras cifras financeiras. Tal dimensão, a simbólica, geralmente não costuma ser citada em relatórios pró-forma, e passa, muitas vezes, ignorada, ou subaproveitada, o que seria, do ponto de vista do empresariado, um erro de estratégia de marketing.
A dimensão simbólica (PIERCE (1972); BOURDIEU (1998)) é a verdadeira dimensão das coisas para o ser humano, ele mesmo signo entre signos, no dizer de Pierce (1972). Não levar essa dimensão em conta, quando participamos de eventos da magnitude do Festival de Inverno trata-se de dissintonia para com o presente histórico. E é exatamente essa dimensão simbólica do Festival, reiteramos, que parece não ter sido até o momento devidamente tratada e compreendida por seus realizadores e, assim, perdem-se oportunidades de fomentar a cultura local (MILANESI, 1999) e, por extensão, a cultura piauiense.
Como alguém que modestamente participou da equipe idealizadora do Festival, nas primeiras reuniões diretivas, vimos, ao longo dos últimos sete anos, questionando o fato de que o evento ainda não evidencia (concreta e simbolicamente) o município de Pedro II e sua gente como protagonistas[10]. É, pois, essa “fresta de aparente ausência identitária” que a proposta da Tenda da Cruviana procura preencher de forma socialmente responsável, ambientalmente sustentável e culturalmente criativa. Socialmente responsável porque propositiva; ambientalmente responsável porque a Tenda trabalha com a ideia de respeito ao ambiente (estimulando práticas educativas) e culturalmente criativa porque busca o protagonismo do espectador.
2 OBJETIVOS
2.1 Geral: Divulgar a rica diversidade da cultura pedrossegundense/piauiense durante a realização do Festival de Inverno de Pedro II - 2010, a partir dos conceitos de identidade cultural e cultura local.
2.2 Específicos
2.2.1 Realizar exposições de artes plásticas, saraus l ítero-musicais, exibição de vídeos culturais, no espaço “Tenda da Cruviana”, localizado na praça de eventos, durante a realização do Festival-2010;
2.2.2 Divulgar na mídia local/estadual (internet, inclusive) manifestações culturais pedrossegundenses/piauienses, assim como o próprio espaço “Tenda da Cruviana”;
2.2.3 Lançar livros, discos, fanzines, etc. de autores pedrossegundenses/piauienses[11];
2.2.4 Fomentar o conceito de marketing inteligente com a publicização das marcas do(s) patrocinadore(s) do espaço “Tenda da Cruviana”;
2.2.5 Oferecer ao público a possibilidade de participar de palestras, workshops, mesas redondas com pesquisadores e artistas.
3 JUSTIFICATIVA
O estado do Piauí tem sido, ao longo do tempo, relegado a um papel secundário dentro do contexto nordestino para não tratarmos aqui do contexto nacional. Duas razões bastariam para por essa situação humilhante em questão. A primeira, o fato de o Piauí possuir as inscrições rupestres mais antigas das Américas como parecem indicar as pesquisas arqueológicas coordenadas pela doutora Niede Guidon. A outra, o fato de haver sido o primeiro estado a lutar pela independência nacional.
Uma revista de circulação nacional, há poucos anos, trouxe um encarte sobre turismo na costa brasileira. Nosso litoral foi eloquentemente ignorado. À mesma época dois livros de geografia do ensino fundamental trouxeram o mapa do Brasil sem o Estado do Piauí. Afora uma série de histórias de fundo preconceituoso que todo piauiense costuma ouvir quando visita o ‘sul maravilha’. Faz-se mais do que necessário que comecemos a cultivar nossa auto-estima e a assumirmos nossa(s) identidade(s) cultural(is).
Por outro lado, sempre houve piauienses inseridos no contexto político-cultural nacional. Reis Veloso, Petrônio Portela, por exemplo, são dois dos nomes que nos vêm sem grande esforço à mente. No campo artístico, nos perguntamos o que seria do Tropicalismo sem a figura de Torquato Neto? E o que dizer da assombrosa poética de Da Costa e Silva ou da de Mauro Faustino? Mas pouco se fala em seus nomes e em sua importância dentro dos referidos movimentos artísticos. Ao que parece, temos identidades trincadas. Poderíamos elencar um sem-número de (des)casos para com a cultura e a gente piauienses.
Ao invés disso, queremos ser propositivos. E essa propositividade encarna-se e ganha corpo no que vimos chamando ao longo do tempo de “Projeto Cruviana”, cuja face visível é a “Tenda da Cruviana”. A tenda instalada não mais apenas no espaço da ‘feira concreta’, mas também na ‘rede de informação’, no ‘tecido cultural’ dos mass media como uma tenda de referências identitárias da sociedade pedrossegundense/piauiense, pois se antes dos mass media “cada vilarejo criava sua própria expressão [cultural]” (MILANESI, 1999, p. 250), agora, quem sabe possamos, através das mídias divulgar responsavelmente estas expressões culturais.
Compreendemos que a palavra “tenda” carrega, semanticamente, a um só tempo a noção de “novidade”, “mostrabilidade”, como também de “moradia errática”. Queremos dizer com isso que o objeto ‘tenda’ comporta o conceito de não-lugar (AUGÉ, 1994) no sentido de ser um espaço da transitividade. Ao mesmo tempo, porém, a tenda lembra a moradia, a casa, e, por esse ângulo é o espaço da estabilidade, da ação sedentária, por assim dizer (DAMATTA, (1984), (2003)).
Em se tratando de Nordeste, nada melhor do que a feira para exemplificar o conceito de não-lugar, com a ressalva de que laços emocionais aí são tecidos em meio à efusividade da cultura popular (na figura do camelô, do artesão, do vendedor de um modo geral, do sanfoneiro, do repentista, do artista popular de rua). Na feira, encontram-se riqueza e diversidade culturais mediatizadas sobretudo pela tradição oral (CRUIKSHANK, 1996).
Embora o Festival de Inverno tenha uma programação bastante concorrida a partir das 22h, quando têm início as apresentações de expoentes consagrados do cenário musical piauiense e nacional, percebemos que durante os períodos matutino e vespertino (e nas primeiras horas da noite) não, praticamente, há quaisquer eventos de natureza artística/educativa.
O espaço “Tenda da Cruviana”, pois, coloca-se como uma proposta inovadora que, a um só tempo, lançando mão de conceitos como sistema simbólico (BOURDIEU, 1988) e identidade social (POLLAK, 1992), dentre outros, procura inserir os de memória e tradição (NORA, 1993) da cultura pedrossegundense/piauiense[12] em um contexto que abre espaço para o diálogo com a contemporaneidade e a globalização (IANNI, 2003), com os não-lugares (AUGÉ, 1994) onde habita o ser humano concreto, sujeito protagonista e caudatário do hoje, mas também pertencente a um nicho cultural, a uma ancestralidade.
4 A TENDA EM SI
Assim compreendido, o espaço físico “Tenda da Cruviana” será composto de dois stands[13] conjugados que somam 18 m² em praça pública, ao lado de outros tantos stands onde se vendem os mais variados objetos (artesanato, roupas, bijuteria, etc.) localizados em uma das praças de eventos do Festival de Inverno. Neste espaço físico, serão feitas exposições de trabalhos de escritores, poetas, ilustradores, desenhistas e artistas plásticos de Pedro II, preferencialmente, e do Piauí em geral, além da instalação de um telão de 2m² para a exibição de documentários sobre o Piauí e especificamente sobre a cidade de Pedro II.
O diferencial da Tenda está em sua proposta cultural. Autores de literatura, música, teatro, etc., previamente inscritos, disporão do espaço da Tenda para expor seus trabalhos, realizar performances (mediante programação da Tenda), exibir e vender sua produção ao público, sendo que o lucro dessas vendas serão repassados a esses autores mediante a contribuição simbólica à Tenda de 5% (cinco por cento) do bruto comercializado durante o evento.
Haverá também cerca de 40 (quarenta) cadeiras para melhor conforto dos participantes para assistirem aos vídeos, documentários e palestras que serão realizadas durante o Festival. Além de uma estante para a exposição e venda de livros de autores/as que escreveram sobre a cidade de Pedro II, e também de outros/as autores/as piauienses: poetas, contistas, romancistas, pesquisadores, etc.
5 DA NECESSIDADE DE PARCERIAS
O Festival de Inverno de Pedro II tem o êxito de atrair mais de 10 mil visitantes à cidade de Pedro II durante o evento. São turistas advindos das mais variadas cidades do Piauí, Maranhão, Ceará, demais estados do nordeste brasileiro e de todo o Brasil. Os parceiros da Tenda da Curviana terão a oportunidade de, como contrapartida, serem visualizados pelo logotipo em folders, banners, paineis e logomarcas em camisetas. Inserções na rádio local, Matões FM, divulgação verbal nos mais variados momentos da programação de forma inteligente e criativa, de maneira não abusiva e/ou saturada. As recepcionistas e ‘cuidadores’ da Tenda serão de responsabilidade do proponente.
8 RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que a tenda cause um impacto positivo para os pedrossegundenses e para os visitantes. Para os primeiros que se efetive como um espaço onde se veja e discuta o que somos e o que fazemos como pedrossegundenses, salientando a necessidade dos próprios habitantes serem os protagonistas de sua história e cultura, abrindo-se evidentemente a parcerias que venham a somar esforços para a reafirmação da identidade pedrossegundense/piauiense. Que a Tenda possa, ainda, servir de fomentação de espaço e momento oportunos para que gerações se encontrem para refletir e tomar rumos de futuros projetos consolidadores de uma cultura revigorante da imagem do município para o Piauí, para o Brasil e para o mundo.
Para os visitantes que a Tenda seja espaço e momento de conhecer a riqueza cultural que há em Pedro II, sua história e seu potencial humano, além da exuberante beleza dos pontos turísticos que existem no município.
REFERÊNCIAS
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CRUIKSHANK, J. Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro, editora da Fundação Getúlio Vargas, 1996.
DA MATTA, R. O que é o Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.
DA MATTA, R. O que faz do Brasil Brasil? Rio de janeiro: Editora Sala, 1984.
GALINDO, D. Visibilidade e invisibilidade: o regional no caleidoscópio midiático. In: XII Regicom, UFCE, 23 –25 de maio de 2007. Disponível em . Acesso em: 20/12/2007.
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LE GOFF, J. História e memória. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2003.
LIMA, E. G. Relatório de pesquisa de campo. Pedro II, 2008.
LIMA, E.G. [Diário de campo da pesquisa] 2007. Jun./Ago. Pedro II, Manuscrito.
MILANESI, L. Cultura local: um paradoxo na globalização. In:O município no século XXI: cenários e perspectivas. Cepam. ed. Especial. São Paulo, 1999 (p. 340-370).
MORAES, M. D. C. Memórias de um Sertão Desencantado (modernização, narrativas e atores sociais nos cerrados do sudeste piauiense). Tese (Doutorado em Ciências Sociais). Universidade Estadual da Campinas. Campinas: UNICAMP, 2000.
MORAES, M. D. C. Trilhas e enredos no imaginário de sertão no Piauí. In: Seminário sobre patrimônio cultural (I)material coordenado pela FUNDAC e UESPI, Teresina-PI. De 08 a 10/10/2005
MURRAD, C. A. Construindo o espaço digital: o fotógrafo e o fotopoético na criação imagética. Rio de Janeiro: Sigrad, 2000.
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ORLANDI, E. P. A leitura e os leitores. São Paulo: Pontes, 1998.
ORLANDI, E. P. Análise do discurso: princípios e procedimentos. 2. ed. São Paulo: Pontes, 1999.
PEIRCE, C. S. Semiótica e Filosofia. São Paulo: Cultrix, 1972.
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RODRIGUES, G. (In)visibilidade social: o jogo dramático entre visibilidade e invisibilidade dos atores sociais. Disponível em: <www.enapet.ufsc.br/anais/IN_VISIBILIDADE_SOCIAL_O_JOGO_DRAMATICO_ENTRE_VISIBILIDADE_E_INVISIBILIDADE_DOS_ATORES_SOCIAIS.pdf>. Acesso em: 20/06/2007.
SEBRAE, Relatórios do Festival de Inverno de Pedro II (2002-2009).
[1]Que seria uma multiplicidade de aspetos identitários (socioculturais) característicos do povo do município de Pedro II (LIMA, 2008).
[2]LIMA, E.G.de. Bamburristas da Terra da Opala: identidade sociocultural e os desafios frente a políticas de inserção produtiva em Pedro II, Piauí (2008).
[3] Comunidades Nazaré e São Luís, respectivamente. Chamamos também atenção para o fato de que, a exemplo da ausência documental da História de negros na formação do município de Pedro II, a história indígena, talvez, seja ainda mais eclipsada.
[4] Sobre as diversas abordagens da extração dessa gema no município ver: A tese de doutorado “Les gisements d’opales nobles de La region de Pedro II dans l’etat de Piauí (region nord-est Du Barsil)”, de Deocleciano Bittencourt Rosa (1988); O trabalho de conclusão de curso “Contribuição à mineralogia, geoquímica e gênese das opalas de Pedro II-Piauí”, de Érico Gomes (1990) e a dissertação de mestrado “Bamburristas da Terra da Opala: Identidade sociocultural e os desafios frente a políticas de inserção produtiva em Pedro II-PI”, de Ernâni Getirana (2008).
[5]O termo não é nosso. O vimos pela primeira vez em Rodrigues (2007) e o utilizamos para expressar uma situação de exclusão (financeira, cultural, social, etc.) vivenciada por pequenos garimpeiros (bamburristas) de opala do município de Pedro II. Nesse sentido, motivada pela necessidade de se compreender como os bamburristas de opala do município de Pedro II - PI, sistematicamente silenciados, constroem e renegociam sua identidade no espaço social disputado pelos demais sujeitos sociais que lutam pela hegemonia da história e da memória da opala, tanto no plano econômico quanto simbólico, dentro e fora da cadeia produtiva, antes e depois da institucionalização do arranjo produtivo no município, em 2005, a pesquisa confirma os pressupostos iniciais segundo os quais, a despeito da invisibilidade social desse grupo, existe a construção de sua identidade sociocultural que se dá em um processo de renegociação com os demais sujeitos sociais que disputam o protagonismo da memória da história da opala. (LIMA, 2008).
[6] Ver a dissertação de doutorado de José Luís Lopes Araújo .
[7] CRU . VI . A . NA: é a corruptela de corrupiana ou currubiana. Fenômeno segundo o qual há queda de neblina frígida acompanhada de vento. "Cruviana não se vê, se sente" (José Vieira). "Pôr-do-Sol vermelho é sinal de que a noite vai ter cruviana" (Walcy Vieira). Cruviana é a deusa do vento, mulher do alvorecer. Chuvisco, garoa, vento frio acompanhado de chuva, frio intenso. Na cidade de Pedro II tem cruviana, sim senhor. E, por nós, o festival de inverno se chamaria FESTIVAL DA CRUVIANA.
[8] Com base nessas narrativas escrevemos o livro “Lendas da Cidade de Pedro II”, que narra nove lendas locais já em 3ª edição (2009).
[9] “Ao se delinear uma política cultural, uma pergunta deve ser feita de imediato: como a população à qual ela se destina tem acesso ao conhecimento e a que tipo de conhecimento? O trabalho cultural desenvolve-se a partir do acesso ao conhecimento, aos conflitos que eles produzem e à criação de novos. Conhecer, pois, como os indivíduos se informam é fundamental” (MILANESI, 1999, p. 353).
[10]O Festival até agora tem sido realizado no município como se esse fosse apenas um palco emprestado para que uma classe média-média, média-alta exercesse sua cartase cultural sob o signo de um ócio nada criativo, em contraponto à ideia de ócio criativo de De Masi.
[11] A Tenda da Cruviana reserva-se ao direito de vetar quaisquer manifestações, seja de que forma for, de caráter declaradamente religioso, partidário e/ou ideológico, bem como preconceituoso para com a pessoa humana. Não significando isso em absoluto censura à manifestação artística ou de pensamento.
[12] “O que importa é a relação do indivíduo com seu meio social. O resto é, apenas, curiosidade que logo se satisfaz. (...). Também é um bom exercício antever os caminhos mais viáveis para que as cidades reforcem a sua própria identidade, mesmo vivendo num planeta cada vez menor” (MILANESI, 1999, p. 345-349)
[13] Os stands são padronizados e ficam sob a responsabilidade do SEBRAE, seu gestor institucional, competindo ao locatário sua administração durante os dias de Festival. De cor clara, que permitirá ser atrativa e visualizada instantaneamente pelos visitantes.
4 comentários:
Mais no twitter: @Getirana
Parabéns, prof Ernâni, pela bela iniciativa. Estaremos na TENDA DA CRUVIANA com certeza.
Li seu livro ESTRIPULIAS DE ROSA DOIDA.Gostei demais! Quando vai sair outro?
Evaldo Martins - Teresina-PI
esse ano de 2012 tem mais 3 do prle. abço
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